Uma vida inteira descobrindo as próprias máscaras e tentando
retirar algumas (outras são indispensáveis).
Certa vez escrevi que a cada manhã afivelo a máscara do dia,
um rosto cômodo que me permite conviver melhor. O perigo é que alguma vez essa
máscara se apegue de tal jeito à minha pele que eu não a consiga mais tirar, ou
saber qual destes rosto é o meu: o que espreita o mundo ou o que olha para
dentro e me vai construindo enquanto pessoa?
...
Que a vida é em parte um baile de máscaras com as quais nos
seduzimos uns aos outros, e nos enganamos diante do espelho, é sabido. O perigo
reside na hora em que a última das máscaras cair, e tivermos de ver, nos
grandes espelhos, um rosto preso ao nosso corpo, mas que parece não ter nada a
ver conosco."
Lya Luft
Nenhum comentário:
Postar um comentário